sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Chama

E aqui dentro ascendeu uma luz no meio de tanta escuridão, barulho, frio e solidão, aqui dentro algo ficou morno de uma forma diferente, algo ficou calmo, por alguns segundo meus olhos só conseguia ver essa chama dançante diante de mim, estiquei meus dedos para toca-la, escapou um sorriso e escorreu uma lagrima ao sentir seu calor tão inocente e delicado.

Debaixo dessa árvore aonde um dia fora cheia de frutas bonitas e luminosas, com raízes grossas que serviam de travesseiro para meus pensamentos, aonde suas folhas eram sombra para minhas agonias e sua terra fofa de colchão para minhas dores, mas isso foi há muito tempo atrás, agora só me resta essa terra negra, galhos secos e pontudos, com cascas esfarelando e emboloradas.
Mas essa chama que ascendeu bem aqui debaixo dela, bem aqui aonde nada dá certo, bem aqui aonde me esqueci de olhar e andar por tanto tempo, bem aqui aonde me esqueci dessa chama ascendeu, bem aqui essa chama me fez respirar novamente, me fez sentir que estou seguro e seguro da melhor forma, seguro de minha pessoa.

sábado, 19 de setembro de 2015

Espada

E estou aqui mais uma vez sentado com essa dor em meu peito, com essa espada que foi colocada em meu ser e escorre minha vida por entre seu aço, tinge o chão de vermelho e liberta meus pensamentos pra só existir uma coisa em mim. 
Isso dói como havia á muito tempo esquecido, é como fechar os olhos e não importa o quão alto eu grite a dor só piora, só aumenta, só intensifica em minha mente e fatia meu coração, porque essa dor é tão indescritível e mesmo assim ela é tão forte, me derruba e me incapacita de tudo e ate mesmo de pensar.
Mas isso ainda não foi o necessário pra vazar todo o meu sangue, não foi o necessário para silenciar minha mente e muito menos relaxar meus músculos de vez, apenas me fez lembrar como as coisas são e como essa arma que foi usada em meu corpo, é só apenas um motivo pra ergue ela e fazer minha próxima vitima lembrar que quando se olha pra baixo é porque eu estou indo até ela.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Vazio

Hoje eu senti um vazio que nem mesmo entorpecentes não resolvem, nem o embriagante e nem o mortífero deles podem resolver. É a pior sensação ter um vazio dentro de algo tão bem preenchido e fluido como meu corpo.
Passo horas e dias olhando o vazio com aquele silêncio em minha mente e em meu coração, não importa o que eu tente pensar apenas volta ao vácuo de meu ser, tudo isso está me consumindo e cada vez mais esse vazio vai abrindo caminho pela minha sanidade e quem sabe amanham eu já não seja apenas uma casca vazia querendo asas pra sair daqui e ir longe de tudo que está a minha volta para sempre, quem sabe o vazio não está aqui em mim e não importa aonde eu vá, quem sabe o vazio não está nas pessoas.

Raiva

Se eu tivesse um coração você ainda iria senti-lo em seus dedos pulsando e gotejando sangue, se minha voz não fosse esse grito roco que sangra minha garganta e queima meus pulmões como se fossem chamas lambendo cada centímetro dentro de meu corpo.
Ao sentir essa onda de calor que faz meus olhos tremer, faz esboçar um sorriso doce e inocente de tão infantil e puro que é a raiva que eu sinto, que meus músculos se contraem e dilatam como maquinas bombeando o sangue para o vazio que onde estava o meu coração...que esta em suas mãos.
Me de mais dessa raiva, você me fez viciar nela, fez o vazio dentro de meu corpo que agora olha para você como um troféu, que agora a quer fatiar cada pedaço do seu ser, que agora quer esmagar e esmigalhar cada centímetro de seu corpo.
Se eu ainda conseguisse ver pelos meus olhos já enturvados de sangue e adrenalina que percorrem conjunto a minha raiva, pelo menos iria me arrepender do que fiz, mas eu não vejo apenas sinto a raiva me abraçando, me fazendo sorrir, me consumindo como um mante morno e com seus sussurros tão certeiros e sábios que me fazem colocar o pé a frente da cabeça.

Isso não vai acabar porque eu quero mais! 

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Tratado

E eu tenho que me acostumar com a solidão, não posso dar espaço pra alegria em meu coração. sempre no final alguém desiste ou enjoa da minha pessoa, se cansa das minhas manias e rejeita ate meus abraços, meu coração dói em pedaços de vidro estilhaçados. meus músculos se retesam e enrijecem como nunca antes pra colocar pra fora tudo o que tenho aqui dentro, todo esse bolo de medo e insegurança.
Devo para de ver as coisas boas como elas são e ver a verdade, parar de deixar esse entorpecimento levar meus atos e idéias, vou morrer hoje ao lado de meu amor, mas amanham vou acordar com alguém que cansou de ser levianamente tratado