terça-feira, 29 de março de 2016

Caixa

Tinha esquecido isso como se esquece de algo em um fundo de armário, como aquela caixa empoeirada que deixamos durante anos pra depois abrir e lembrar como aquilo nos fazia sorrir como bobo depois de envelhecer alguns anos, depois de passar tanto tempo, depois de sentir tanto não importa o quão eu mude, crie vícios, rotinas e hábitos essa caixa sempre vai estar lá empoeirada, jamais esquecida, ela só esta apenas esperando pra ser aberta e me fazer sorrir de novo.
Com um sorriso farto eu abraço e aperto forte contra o meu peito, aquecendo ela com meu sangue e músculos desejando ficar assim nesse transbordo de emoções, desejando que essa caixa e o sentimento que ela traz tão intenso até meus pulmões já cheios de ar e preso de emoção eu seguro o folego.
Vou deixar essa caixa aberta bem na cabeceira de minha cama, aonde eu possa olhar até dormir, aonde eu possa acordar e sorrir com uma bela visão pela manhã, aonde eu possa talvez tiver um motivo para viver daqui pra frente, aonde essa caixa agora com um sorriso ingênuo em meu rosto acompanhado de um sentimento ingênuo me faz ter a breve certeza que tudo valerá a pena se eu tentar.