Belo doce do torpor,
bela sensação de leveza, quietude em minha mente se instala e deito no colchão
apenas aproveitando pra sentir cada sensação que me proporciona estar vivo,
cada momento mais breve da morte, cada beijo dela, cada suspiro dela em minhas
orelhas, cada punho fechado e como meu corpo derrete em cima do colchão.
Meus pensamentos não mais são um misturado em um liquidificador,
gritando, agitando e gemendo por atenção, eles andam devagar, se organizam e se
instalam bem aqui dentro, alguns me amedrontam, alguns eu sorrio pra eles e
outros eu sequer sei o que dizer á eles, a não ser apenas ouvir, abaixar a
cabeça e esperar pelo inevitável, você quer saber o que eles dizem á meus
ouvidos, todos querem, mas nem todos saem daqui inteiro ao ouvi-los, nem mesmo
eu consigo sair inteiro depois de conversa com eles, deixo pedaços importantes
aqui com eles como um pedágio por pedir seus conselhos.
Ó belo torpor que me faz ter maior controle do barulho aqui
dentro, faz tudo ficar mais calmo e mais devagar em minha mente às vezes
esqueço que sempre tem de haver um equilíbrio em todas as coisas.
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